Adultização: O Debate Que Saiu Das Redes E Chegou Ao Congresso








Nos últimos dias, uma palavra dominou conversas, timelines e até a pauta política em Brasília: adultização. O termo se refere ao processo em que crianças e adolescentes são expostos precocemente a estéticas, responsabilidades e comportamentos próprios da vida adulta — algo que, em tempos de internet acelerada, tornou-se ainda mais evidente.

O assunto ganhou força após a repercussão de um vídeo do youtuber Felca, que chamou atenção para práticas envolvendo menores em conteúdos digitais. A denúncia viralizou e trouxe à tona um ponto delicado: até que ponto redes sociais, famílias e influenciadores estão atentos ao impacto desse fenômeno sobre o desenvolvimento infantil?

A resposta institucional foi rápida. Em 20 de agosto de 2025, a Câmara dos Deputados aprovou o PL 2.628/2022, conhecido como “ECA Digital”. A proposta obriga plataformas a criar mecanismos de verificação etária, ampliar ferramentas de controle parental e ser mais transparentes com os responsáveis. As empresas que não cumprirem as regras poderão enfrentar multas milionárias. Agora, o projeto volta ao Senado, onde deve ser ajustado e consolidado como um marco regulatório para o ambiente digital de crianças e adolescentes.




O movimento não acontece à toa. Psicólogos e educadores alertam que a adultização pressiona a autoimagem, acelera vivências emocionais e pode abrir brechas para situações de violência, inclusive sexual. Não se trata apenas de um “exagero da internet”, mas de uma questão de saúde mental e proteção integral.

Por isso, o debate não fica restrito às leis. Campanhas educativas e materiais de conscientização têm ajudado famílias e escolas a identificar sinais de adultização e agir de forma preventiva. Afinal, tão importante quanto regulamentar plataformas é construir uma cultura de cuidado coletivo — online e offline.

Mais do que um embate político, o tema escancara uma responsabilidade compartilhada: proteger a infância em um mundo digital cada vez mais rápido. Se a adultização virou pauta de internet, cabe a todos nós garantir que não se torne um problema naturalizado na sociedade.
















Fontes Consultadas:

Agência Câmara de Notícias – Aprovação do PL 2.628/2022 (ECA Digital)

Senado Federal – Tramitação de projetos sobre proteção digital de crianças e adolescentes

O Globo – Reportagens sobre adultização infantil e redes sociais

BBC Brasil – Debate público sobre o vídeo de Felca e repercussão do tema

Instituto Alana – Materiais educativos sobre infância e cultura digital

Comentários