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HOJE RECEBI FLORES




Mulheres e Flores 

Mulheres gostam de receber flores por inúmeros motivos. Seja pelo que representam ou simplesmente pela beleza estonteante, as flores, com certeza, estão entre os presentes mais adorados pelo sexo feminino.

O famoso psicanalista Sigmund Freud, por exemplo, associava as flores à sexualidade, já que elas nada mais são do que o órgão reprodutivo das plantas.

Assim, ele dizia que o ato de oferecer flores indica também o desejo sexual de quem comprou o presente. Ou seja, indiretamente, o homem que presenteou com flores gostaria de ter relações íntimas com aquela mulher. Curioso, não é?

Por que mulheres gostam de receber flores?

Existem também outras associações que podem ser feitas com as flores e à propensão feminina a gostar de recebê-las. Neste artigo você poderá ler algumas delas. Confira!

Flores São Um Símbolo Universal

Se você der uma volta ao redor do globo, poderá perceber que diversas culturas utilizam as flores como enfeite em suas casas, sempre com o intuito de aproximar-se da vida e da natureza.

Esse é um costume bastante antigo. Povos ancestrais (como os romanos e os babilônicos) já cultivavam flores em seus jardins com objetivos semelhantes.

Assim, é uma tradição da humanidade utilizar as flores como símbolo, de modo que essa associação tão habitual faz com que a maioria das pessoas as identifiquem como sinônimo de sentimentos positivos.

Dar uma flor a uma mulher é, portanto, uma representação universal e clássica de sensibilidade e harmonia.



Flores Representam a Beleza

Flores são muito coloridas e perfumadas, além de terem formatos exuberantes e peculiares.

Toda espécie tem características únicas, fazendo com que sejam muito diferentes e belas cada uma à sua maneira, exatamente como as mulheres.

Assim, muitas gostam de receber flores justamente por admirarem toda a beleza presente nas plantas.

Descobrir a flor preferida de uma mulher e presenteá-la com essa espécie sem dúvidas será uma grande maneira de homenageá-la em um dia especial.

Ressignificar 

Eu sempre achei estranha a tradição de distribuir flores no Dia Internacional da Mulher. Mas, ao envelhecer, logo no início da minha revolta, quando entendi a profundidade do machismo e da misoginia que nos assombram todos os dias, passei a achar uma piada de mau gosto. Afinal, são flores para nos homenagear ou para homenagearmos aquelas que não sobreviveram ao patriarcado, como se puséssemos buquês em seus túmulos - muitas vezes, apócrifos? Mulheres que não têm nome. Apenas um número. São estatística?

A própria data, 8 de março, teve atribuída a si, por anos, uma origem violenta (apesar de equivocada, pois se refere a movimentos grevistas ocorridos na Rússia, anos antes, bem como ao Dia das Mulheres, organizado em 1909 pelo Partido Socialista da América)1. Isso porque, em 1911, em uma fábrica têxtil de Nova Iorque (EUA), houve um incêndio que matou 146 mulheres, as quais, dois anos antes haviam realizado uma greve operária em defesa de seus direitos.

Infelizmente, a história dos direitos das mulheres foi escrita com o sangue e o sacrifício das nossas irmãs que não conseguiram sobreviver à luta.

E onde estamos, 48 anos depois, no que diz respeito a leis e prestação da justiça?

Bom, não precisamos nos distanciar tanto da criação do dia 8 de março.

Em 1983, Maria da Penha sofreu duas tentativas de assassinato pelo marido abusivo - a primeira com um tiro, que a deixou paraplégica, e a segunda por eletrocução. Após um longo processo e dois julgamentos sem que houvesse uma prestação jurisdicional, o caso foi internacionalizado - perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, pelo CEJIL e pelo CLADEM - e o Brasil foi acusado de negligência e omissão, por não dispor de aparato suficiente para atender as mulheres em situação de violência doméstica4.

Por sinal, um parênteses: O Dia Internacional das Mulheres e a luta pelos direitos delas inclui, também, as mulheres trans. Óbvio? Bom, parece que o óbvio ainda precisa ser dito.


E outras previsões legais tratando dos direitos das mulheres?

Bom, primeiramente, podemos mencionar a Lei Carolina Dieckmann (Lei 12.737/12), que teve sua origem em um fato que é velho conhecido das mulheres, que têm constantemente sua sexualidade policiada e, por vezes, negada e rechaçada. Em maio de 2011, a atriz que dá nome à Lei sofreu um ataque hacker em seu computador pessoal. O invasor a chantageou ao obter acesso a diversas fotos nas quais a atriz aparecia nua. De repente era como se o crime fosse uma mulher, dona do próprio corpo, tirar fotos despida, e não alguém invadir a privacidade dos outros, exigindo-lhes vantagem indevida.

Temos também a criação do crime de feminicídio (Lei 3.104/15), que passou a prever um tipo especial de homicídio qualificado no Código Penal, incluindo no §2º (homicídio qualificado) a seguinte previsão, conforme o inciso VI: Feminicídio - (homicídio) contra a mulher por razões da condição de sexo feminino. Consideram-se, como estas razões, violência doméstica e familiar, bem como menosprezo ou discriminação à condição da mulher.

Mais recentemente, foi sancionada a Lei Mariana Ferrer (Lei 14.245/21), para coibir a prática de violência institucional sofrida por vítimas e testemunhas em casos envolvendo violência de gênero. A Lei recebeu o nome de uma modelo que foi vítima duas vezes - a primeira, de violência sexual. A segunda, veio de um sistema que institucionalizou o machismo e a misoginia, quando ela buscou justiça pelo abuso que sofreu. Pior, mesmo depois de "defesa da honra" ter deixado de ser uma tese aceitável até no júri.6

Apesar de todas estas leis sinalizarem que a sociedade e os poderes constituídos finalmente compreendem que as mulheres ocupam uma situação de vulnerabilidade e demandam proteção especial do Estado e da sociedade, só consigo sentir aflição por praticamente todas recorrerem ao Direito Penal para tentar solucionar o problema. Afinal, o Direito Penal, apesar de, em sua dimensão simbólica, em teoria, servir para coibir a prática de delitos, em sua dimensão prática, acaba funcionando somente como retribuição após a vítima ter sua integridade, seu bem estar, e sua vida violados ou, por vezes, destruídos. É, no máximo, um prêmio de consolação. Não volta no tempo, não conserta mágicamente os frangalhos das tragédias que ficaram.




Em 2018 mais do que dobrou em relação a 2008: é o caso do Ceará, cujos homicídios de mulheres aumentaram 278,6%; de Roraima, que teve um crescimento de 186,8%; e do Acre, onde o aumento foi de 126,6%. Por seu turno, as maiores reduções no decênio ocorreram no Espírito Santo (52,2%), em São Paulo (36,3%) e no Paraná (35,1%).

Segundo o relatório, em 2018, uma mulher foi assassinada no Brasil a cada duas horas, totalizando 4.519 vi'timas. A cada. Duas. Horas.

Quando nossas leis de proteção à mulher deixarão de ser nomeadas a partir de mulheres que sofreram graves violações? Quando passaremos a evitar as situações, em vez de apenas reagir? Quando o Direito Penal abdicará do protagonismo, cedendo lugar a ações que efetivamente impeçam a violência sofrida pelas mulheres, começando o trabalho pela base, na nossa cultura?

Infelizmente, não tenho a resposta. Vejo, no entanto, que estamos caminhando, ainda que em pequenos passos, na direção certa. Começamos pelo Direito Penal, mas acredito - talvez ingenuamente - que conseguiremos nos descolar do mito da panaceia da criminalização.

Que as flores possam ser ressignificadas como símbolo da nossa luta. Uma luta que nunca perde seu pé no chão e sua humanidade. Como disse alguém anônimo (talvez mulher), que teve seus dizeres atribuídos a Che: hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás.

Diante de tudo isso ainda há Escritoras que esteriótipa seus livros dando ênfase a masculinidade, a seus príncipes e CEOs, enaltecendo o patriarcado, sempre limitando a mulher a depender da riqueza dos homens quando somos capazes de seguir nossos destinos independente de uma figura masculina em nossas vidas. 

Por isso a páginas e versos mais uma vez cria a ANTOLOGIA HOJE RECEBI FLORES, este texto é para anunciar a criação e divulgação do Edital 2023.2. Escrevam sobre mulheres fortes, sobre nossas lutas, sobre tudo que remete ao feminismo, vamos criar uma obra poderosa para divulgar a força das lutas de todas as Mulheres. 

LEIA O EDITAL E INSCREVA-SE 



Antologia


















Fonte: Migalhas.com

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